O presidente do Senado José Sarney teria deixado escapar a frase: “Quanto hormônio junto!”, durante encontro reservado de peemedebistas no palácio Jaburu, residência oficial do vice-presidente Michel Temer e palco de intensa movimentação política, nos dias de crise. Em comentário anterior, sinalizamos a queda da então “pedra angular- Palocci” e a consequente reorganização da estrutura de poder.
A solução encontrada foi a formação de uma “trinca” de mulheres que hoje estão à frente das principais decisões do Palácio do Planalto. “Nunca antes na história deste país” o gênero feminino esteve tão numerosamente representado no comando de importantes decisões nacionais como agora. Juntem-se os estilos e teremos uma boa combinação.
De Dilma, conhece-se o estilo durão, às vezes, afável quando de interesse; de Gleisi surge a imagem de doçura, mas também de firmeza. De Ideli, além da lealdade já demonstrada quando líder do PT no Senado, acrescentam-se alguns aspectos sociais que facilitam seu jogo de cintura; boêmia assumida, está em seu terceiro casamento, desta vez um “ironman”, cujo desempenho é comentado nas rodas de conversa.
A reorganizada palaciana na aposta “amazonas” deu uma resposta à crise que se instalara com a saída de Palocci. A desfaçatez no deslocamento do ex-secretário de Relações Institucionais, Luiz Sergio, para o Ministério da Pesca foi exemplo de oportunismo, próprio dos pescadores de tainha. Ideli já deu mostras que tem talento para a articulação com o Congresso e conseguiu a primeira vitória com aprovação de regras para os negócios que surgirão com a Copa do Mundo e Olimpíadas. O Centro-Oeste já ganhou atenção com a indicação dos titulares da nova Sudeco. Ideli prometeu em um dia e a portaria do Diário Oficial foi publicada em seguida.
O reforço no time feminino ajudou o governo a empurrar para longe o que pode ser considerada a pior crise vivida pelo Planalto. Além de Gleisi (Casa Civil) Ideli (Relações Institucionais); Dilma conta, ainda, com Miriam Belchior (Planejamento), Isabella Teixeira (Meio Ambiente), Tereza Campello (Desenvolvimento Social) e Maria do Rosário (Direitos Humanos).
A situação é certamente inédita, o governo apostou num “time” que tem tudo para administrar bem esse país e dar o exemplo de que competência para governar não é exclusividade de gênero; mas é bom lembrar que o Poder Executivo precisa de muita coragem para enfrentar os problemas econômicos e sociais e que isso é feito por meio de política e muito “jogo de cintura”. Não entremos aqui nas controvérsias. Basta constatar que disciplina, dinamismo e articulação elas têm. O contraste é grande, é esperar para ver o resultado de “tanto hormônio junto!”
Roberto Chamorro
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