Fábio Góis-
A filha do ex-deputado Ulysses Guimarães (1916-1992), Celina Campello, recorreu ao senador Pedro Simon (PMDB-RS) para contestar as declarações do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), registradas contra o “senhor Constituinte” no livro Sarney – A biografia, da jornalista Regina Echeverria, lançado em março. No início da tarde desta segunda-feira (18), Simon subiu à tribuna do plenário com a cópia impressa de um e-mail em que Celina lembra a “admiração e amizade” que ele nutria por Ulysses. Filha de Dona Mora, ela pede que o peemedebista, “com sua inteligência e capacidade de comunicação”, lembre “mais uma vez o legado político” de Ulysses, por meio de artigo ao jornal O Estado de S. Paulo, que publicou na última semana de março as declarações de Sarney. (Congresso em Foco)
“Ulysses não tem grandeza de espírito público. É um político menor, que tem o gosto da arte política. Puro gosto do jogo, sem nada mais”, declarou Sarney, em espécie de diário da época em que governou o Brasil, entre 1985 e 1990. Nos escritos, o senador peemedebista reclama de Ulysses ao listá-lo como um dos políticos que prejudicaram sua gestão, a primeira de um civil após o período da ditadura militar. A assessoria de imprensa de Sarney, que está fora do país, disse que os registros refletiam as ideias do senador à época, e não seu pensamento atual.
“Olha, quando li essa frase [registrada acima], pedi a um jornalista, meu colega do gabinete, que me emprestasse o livro e fui conferir, porque achei que era um exagero do jornal. Nunca me passou pela cabeça que era isso”, declarou Simon, para quem “o biografado é uma pessoa de pensamento muito duro, muito rígido”.
Com a mensagem eletrônica em mãos, Simon parecia fazer auto-referência no pronunciamento, bem como a Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) – dois dos fundadores da legenda, ambos têm postura legislativa independente do partido, principal aliado do governo federal. “É verdade que estamos vivendo uma época de esquecimento, inclusive dentro do PMDB. (...) Por isso, faço questão de vir aqui, minha querida Celina, para dizer que, perante a história do Brasil, a figura do Doutor Ulysses continua notavelmente respeitada”, acrescentou o senador peemedebista.
“Ele [Sarney] não pode usar uma frase como essa e atingir uma pessoa que morta está, que não pode se defender. Se, durante os tantos anos em que vivos estavam os dois, eles poderiam ter debatido um com o outro. A saída é essa, e não é humilhante. O doutor Sarney voltará a ter o respeito de todos nós se disser: ‘Houve um equívoco, houve um erro, houve um vazio, e eu peço desculpas’”, acrescentou Simon.
O lançamento do livro em Brasília, em 22 de março, reuniu figuras conhecidas da política nacional – em evento que, provocando esvaziamento no Congresso, interrompeu a pauta de votações em plena terça-feira, dia tradicionalmente reservado às deliberações em plenário. Por lá passaram nomes como Agaciel Maia (agora deputado distrital pelo PTC), ex-diretor-geral do Senado e pivô da mais grave crise da história do Senado, com o caso dos atos secretos; e Renan Calheiros (AL), líder do PMDB. (Congresso em Foco)
A filha do ex-deputado Ulysses Guimarães (1916-1992), Celina Campello, recorreu ao senador Pedro Simon (PMDB-RS) para contestar as declarações do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), registradas contra o “senhor Constituinte” no livro Sarney – A biografia, da jornalista Regina Echeverria, lançado em março. No início da tarde desta segunda-feira (18), Simon subiu à tribuna do plenário com a cópia impressa de um e-mail em que Celina lembra a “admiração e amizade” que ele nutria por Ulysses. Filha de Dona Mora, ela pede que o peemedebista, “com sua inteligência e capacidade de comunicação”, lembre “mais uma vez o legado político” de Ulysses, por meio de artigo ao jornal O Estado de S. Paulo, que publicou na última semana de março as declarações de Sarney. (Congresso em Foco)
“Ulysses não tem grandeza de espírito público. É um político menor, que tem o gosto da arte política. Puro gosto do jogo, sem nada mais”, declarou Sarney, em espécie de diário da época em que governou o Brasil, entre 1985 e 1990. Nos escritos, o senador peemedebista reclama de Ulysses ao listá-lo como um dos políticos que prejudicaram sua gestão, a primeira de um civil após o período da ditadura militar. A assessoria de imprensa de Sarney, que está fora do país, disse que os registros refletiam as ideias do senador à época, e não seu pensamento atual.
“Olha, quando li essa frase [registrada acima], pedi a um jornalista, meu colega do gabinete, que me emprestasse o livro e fui conferir, porque achei que era um exagero do jornal. Nunca me passou pela cabeça que era isso”, declarou Simon, para quem “o biografado é uma pessoa de pensamento muito duro, muito rígido”.
Com a mensagem eletrônica em mãos, Simon parecia fazer auto-referência no pronunciamento, bem como a Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) – dois dos fundadores da legenda, ambos têm postura legislativa independente do partido, principal aliado do governo federal. “É verdade que estamos vivendo uma época de esquecimento, inclusive dentro do PMDB. (...) Por isso, faço questão de vir aqui, minha querida Celina, para dizer que, perante a história do Brasil, a figura do Doutor Ulysses continua notavelmente respeitada”, acrescentou o senador peemedebista.
“Ele [Sarney] não pode usar uma frase como essa e atingir uma pessoa que morta está, que não pode se defender. Se, durante os tantos anos em que vivos estavam os dois, eles poderiam ter debatido um com o outro. A saída é essa, e não é humilhante. O doutor Sarney voltará a ter o respeito de todos nós se disser: ‘Houve um equívoco, houve um erro, houve um vazio, e eu peço desculpas’”, acrescentou Simon.
O lançamento do livro em Brasília, em 22 de março, reuniu figuras conhecidas da política nacional – em evento que, provocando esvaziamento no Congresso, interrompeu a pauta de votações em plena terça-feira, dia tradicionalmente reservado às deliberações em plenário. Por lá passaram nomes como Agaciel Maia (agora deputado distrital pelo PTC), ex-diretor-geral do Senado e pivô da mais grave crise da história do Senado, com o caso dos atos secretos; e Renan Calheiros (AL), líder do PMDB. (Congresso em Foco)
Nenhum comentário:
Postar um comentário