Depois do anúncio de que a presidenta Dilma Rousseff decidiu manter o ministro Alfredo Nascimento no comando dos Transportes, o deputado federal Vander Loubet (PT-MS) afirmou que os projetos de ferrovias para Mato Grosso do Sul não devem ser prejudicados, independente das mudanças que possam ser feitas na pasta. "O Plano de Revitalização das Ferrovias faz parte do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] e não é uma política pública do Ministério dos Transportes, mas sim do governo federal", destacou.
Segundo a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, a presidenta já conversou com o ministro Nascimento e pediu que ele conduza as investigações sobre o suposto esquema envolvendo servidores do ministério e de órgãos ligados à pasta em superfaturamento de obras e recebimento de propina de empreiteiras e consultorias.
"A presidenta Dilma tem como estilo o controle administrativo das ações governamentais e, antes mesmo das denúncias, já estava cobrando maior eficiência e rapidez dos gastos públicos por parte do Ministério do Transportes", afirma Vander Loubet. Para o deputado, a partir de agora pode haver mais agilidade no andamento dos projetos em questão. "A Presidência vai acompanhar de perto as ações, por isso as coisas vão seguir melhor do que estavam antes", completa.
Mesmo com o afastamento de José Francisco das Neves da presidência da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S/A, empresa pública do governo ligada à pasta dos Transportes, o que está em andamento não deve mudar. "As obras das ferrovias no estado não começaram, não foram licitadas. O que existe são os estudos de viabilidade para definir os traçados e os custos das obras. Com os últimos acontecimentos, apenas deve ocorrer uma maior fiscalização e acompanhamento dos orçamentos que envolvem essas ferrovias", afirma o deputado Vander.
Atualmente, há dois projetos de ferrovias em Mato Grosso do Sul sendo viabilizados pela Valec: a chamada Ferrovia do Pantanal, trecho da Ferrovia Norte-Sul que deve ligar a cidade de Panorama (SP) a Porto Murtinho (MS), passando pela região da Grande Dourados; e o trecho da Ferrosul/Ferroeste que deve estender trilhos entre as cidades de Cascavel/Guaíra (PR) e Maracaju (MS), passando por Mundo Novo e Dourados.
Negociação antiga
Para o ex-deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT), a afirmação de Vander confirma uma expectativa sua. "Esses projetos de ferrovias para o estado independem de quem vai estar à frente da Valec ou até mesmo do Ministério dos Transportes. É uma negociação antiga, que começou quando eu estava na Câmara dos Deputados", afirma.
Dagoberto explica que em 2008 foi procurado pelo então presidente da Ferroeste (Estrada de Ferro Paraná Oeste S/A), Samuel Gomes, que estava em busca de recursos para licitar o projeto do trecho da ferrovia ligando Cascavel a Guaíra, no Paraná. Na ocasião, o deputado federal pedetista conseguiu R$ 1 milhão junto ao governo federal para essa finalidade. Já em 2009, Dagoberto e Vander fizeram uma emenda de R$ 12 milhões para viabilizar o projeto do trecho de Guaíra a Maracaju.
O ex-deputado federal destaca ainda que, na época, marcou reuniões em Mato Grosso do Sul para Samuel Gomes conversar com o deputado Vander Loubet e com o governador André Puccinelli (PMDB), a fim de discutir a captação de recursos para execução do projeto. "O trabalho meu e do Vander, junto com ação do [deputado] Biffi e do [senador] Delcídio, nossa bancada de base, e com o apoio do governador, culminou na inclusão dessa ferrovia no PAC. O projeto que era do nosso estado virou um projeto do País, do governo federal. Por isso acho difícil que qualquer mudança nos Transportes atrapalhe o que está em andamento", conclui Dagoberto.
Antiga Noroeste
Enquanto projetos de novas ferrovias são discutidos no estado, há também um debate sobre a ferrovia que já existe. No dia 29 de junho, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) recebeu em em Brasília a visita do presidente da América Latina Logística (ALL), Paulo Basílio, e do diretor de logística da empresa, Alexandre Santoro, com quem discutiu alternativas para melhorar a malha ferroviária de Mato Grosso do Sul. A empresa detém, por concessão federal, o direito de operar o ramal que vai de Bauru (SP) a Corumbá (MS), trecho que era operado pela antiga Estrada de Ferro Noroeste do Brasil.
"Expus aos diretores da ALL a necessidade de investimentos urgentes na substituição de trilhos e dormentes, aquisição de novas locomotivas e vagões e a estruturação de um projeto que permita aumentar a velocidade na linha e ampliar a capacidade de transporte de carga, adequando-a as necessidades de desenvolvimento de Mato Grosso do Sul. Eles concordaram com o nosso ponto de vista e disseram que a empresa está elaborando uma proposta nesse sentido, que deverá estar pronta em agosto", revelou o senador.
(Assessoria de Comunicação/Deputado Vander)
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